7 de janeiro de 2015

INDIFERENÇA - E tem diferença?


Relato de uma quinta-feira à tarde... 

(Imagem retirada da internet, que por sua vez foi tirada da rua)

Indiferença: sentimento que parece ser inerente ao ser humano.

Quem nunca passou por um morador de rua e nem sequer olhou pra ele? Quem nunca ao entrar em um banco olhou pra mão estendida implorando por dinheiro e quase passou por cima? Por vezes fico me perguntando que raça é essa que não é capaz de dar um sorriso? Somos racionais e estamos mais preocupados em manter nossa redoma de vidro que acabamos nem pensamos no outro, que às vezes está do outro lado da rua, mas que às vezes está do nosso lado.

Hoje fui à lotérica e enquanto aguardava na fila entrou um senhor de aproximadamente setenta anos com uma senhora ao lado – provavelmente a sua esposa. Ele portava duas bengalas, uma em cada mão e caminhava com extrema dificuldade, feito uma criança ao dar os seus primeiros passos. Ele pronunciava ruídos impossíveis de serem identificados. O estabelecimento estava lotado. Algumas pessoas abriam caminho para ele passar, poucas pessoas sorriam para ele e sua companheira; outras riam dele; outras não esboçavam reação, talvez por estarem pensando sobre aquela cena e aquela situação em que aquele senhor se encontrava, talvez por choque, talvez por não entender o que ali se passava. Acho que não compreendemos muita coisa mesmo. Talvez também estejam olhando para mim agora escrevendo nesse bloquinho de anotações e achando que eu estou fazendo uma lista de compras ou me achando uma completa estranha. Somos mesmo completos estranhos um para o outro. Às vezes me sinto triste por isso, às vezes eu até gosto, afinal de contas, essa singularidade nos torna únicos.

Chego até o meu carro e percebo que o pé de alface que eu comprei e deixei no banco de trás está murcho, assim como alguns daqueles corações, e talvez, assim como o meu. Entro no carro, ligo o rádio e ouço uma música que diz: “Me pediram pra atravessar, pra atravessar, a fronteira. (...) Não existe nada melhor nesse mundo que estar livre...”. Será que estamos livres?

Por Nina


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34 comentários:

  1. acho que a cada dia a indiferença do ser humano está ainda maior! o que é muito triste :/
    ainda falamos em mundo melhor mas esquecemos que a grande mudança vem da gente !
    lindo texto nos faz refletir bastante !

    www.blogamorarosa.com

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    1. É realmente muito triste, Graziela. Mas mudar a si mesmo ajuda pra caramba.
      Beijos...

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  2. Nossa... que texto maravilhoso. Realmente as vezes estamos tão vidrados na nossa rotina que esquecemos de se quer dar um sorriso para aqueles que talvez mais necessitam.
    http://teoremademari.blogspot.com.br/

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    1. Que bom que gostou do texto, Mari. Que tiremos os olhos do nosso próprio umbigo, né?!
      Beijos...

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  3. Seu texto reflete muito a realidade :/
    infelizmente é assim mesmo, as pessoas dificilmente se importam com quem não conhecem.

    http://gotasdecaffe.blogspot.com.br/
    https://www.facebook.com/GotasdeCafeblog

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    1. Infelizmente, Cecilia. Gostaria de poder escrever outra realidade...

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  4. Olha eu tenho que dizer que hoje me deparei com duas cenas...
    Na cidade quando fui colocar uns livros no correio me deparei com um senhor pedindo moedas sabe? Ele estendeu o negócio e eu disse que não tinha nada, mas depois tinha me lembrado que tinha 1 real no bolso, mas já estava bem longe. Quando a gente tem a gente ajuda, mas nem sempre. Mas eu deveria ter colocado a moeda e não lembrei mesmo.

    E outra cena triste é quando fui almoçar num restaurante e vi um rapaz deitado no chão dormindo. Um mendigo..bêbado. Não sei dizer, mas infelizmente é uma realidade que vivemos aqui no Brasil e que ninguem faz nada pra mudar infelizmente =/ Acho que O POVO que deve começar a mudar as atitudes para poder então dar um lugar melhor para as pessoas.

    Eu sinceramente, se eu tiver que ir na cidade de novo e encontrar aquele senhor pedindo moeda, juro por Deus sabe, eu vou pegar 1 real e dar pra ele. Se eu voltar pra fazer alguma coisa. Porque eu tinha e tipo, poderia ter colocado e tinha esquecido que tinha no bolso -.- lerdona !

    Mas enfim...Olha muito bacana seu texto. PARABÉNS

    lovereadmybooks.blogspot.com.br

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    1. Nossa, Silvana! É realmente muito complicado e quanto a questão de dar dinheiro, fico pensando se é o melhor caminho também, sabe?! Talvez uma comida ou algo para uso seja o melhor.
      Que bom que gostou. Beijos...

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  5. Passei um bom tempo aqui tentando escrever algo relevante, mas seu texto me tirou as palavras. Frequentemente eu me deparo com situações parecidas e sempre acontece de ninguém (ou quase ninguém) reagir de forma positiva, de forma que melhore a situação, mas por quê? Gosto de textos mais profundos assim como esse porque são esses os tipos de textos que fará com que as pessoas pensem mais no assunto e dessa forma saberá como reagir ao se deparar com situações parecidas.

    http://www.pampilho-ordinario.com/

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    1. Luís, fiquei muito feliz em ler o seu comentário. Você tem mesmo 17 anos? É muita maturidade pra pouca idade...rs. Que bom que pensa assim. Que possamos refletir mais e copiar/repetir menos. :)
      Beijos...

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  6. Triste isso!
    A gente não sabe bem o que fazer, como lidar.
    No dia 30/12 fui ao cabeleiro e a manicure faz trabalhos voluntários. No natal ela foi entregar cestas para pessoas carentes e se deparou com a seguinte situação: uma mãe com 4 filhos passando fome num barraco.
    A gente sabe que existe mil e um cuidados para não engravidar, mas disse ela que foi triste demais vê-la daquela maneira abandonada. E sim é triste. A gente vive em uma sociedade cheia de conflitos e problemas bem piores :'(

    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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    1. Verdade, Helana. Infelizmente, não sabemos como lidar. Nossa, me entristeço muito com essas histórias, e não consigo ver isso como "normal", sabe?

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  7. É triste ver tantas pessoas pobres e necessitadas. Confesso que também passo por moradores de rua sem dar muita atenção.
    Mas quando paro e realmente noto aquela pessoa ali, me dá muita tristeza. ;/
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  8. Oi Nina..
    Você e seus textos tocantes.
    A verdade é que somos indiferentes. Não temos, as vezes, muito o que fazer, e pouco que podemos..não fazemos.
    Adorei o texto.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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  9. Olá Nina! Essa é uma situação que observo há tempo...infelizmente. As pessoas tratam as outras cada dia mais através de somente um quesito: aparência. Eu fico para morrer com isso e tento nao agir assim, mas o que é uma gota em meio a uma tempestade? Ás vezes penso...Será que faço mesmo a diferença?
    Beijos!
    Monólogo de Julieta

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    1. Paloma, tenha a certeza de que faz SIM a diferença. Você pode encher jarros e mais jarros com as suas gotinhas. :)

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  10. Infelizmente cada vez mais existe esse tipo de situação no mundo.
    *já sigo o blog
    http://retromaggie.blogspot.pt/

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  11. Oi Nina, então... precisamos olhar mais para o outro mesmo, se colocar no lugar dele, sentir o outro, sua dor, ser mais humano, mais amigo, mais irmão. Sem falso moralismo ou hipocrisia barata, de verdade! Belíssima reflexão...

    bjs

    http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

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    1. Como é bom perceber que mais pessoas pensam assim, Joanderson. :)

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  12. Um belíssimo texto, e infelizmente as pessoas estão perdendo sua humanidade e a caridade
    Cada um só liga para si próprio

    Beijos
    http://pocketlibro.blogspot.com.br

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  13. FANTÁSTICO!

    Realmente isso é o que acontece em todo o Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

    Grande NINA,

    Receba um abraço bem espremido da Cia. De Teatro Atemporal!

    Clemente.

    http://ciaatemporal.blogspot.com.br/



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  14. Concordo, somos indiferentes. E nosso egoísmo é realmente exagerado.
    Já parei para refletir sobre isso. Por que não nos aproximamos dos mendigos ou por que tanta dificuldade para fazer uma boa ação. Não encontrei respostas. Acho que é uma condição, e somos frutos de um sistema que nos ensina que mendigos são perigosos e idosos são um peso na sociedade e devem ser jogados em um asilo. É deprimente.

    Sobre a Liga de Autores Mineiros, nós somos um grupo de 14 membros fixos, que se reúne com frequencia e discute projetos, onde ganhamos mais visibilidade como um grupo do que individual. Participamos de feiras escolares, eventos literários, tudo em prol da divulgação dos nossos livros. Agora que o projeto está tomando forma criamos um site, onde você pode conhecer os autores e obras. http://ligadeautores.com.br/
    Se tiver alguma pergunta, pode me fazer que eu respondo! :D
    Bjoss

    http://fotografiaeleitura.blogspot.com.br/

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    1. Verdade, Tatah! O sistema acaba nos moldando estupidamente. =/

      Nossa, essa ideia da Liga é fantástica. Fiquei até com vontade de participar, mas ainda não lancei meu próprio livro.
      Beijos

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  15. Respostas
    1. Talvez cada um a enxergue de uma forma, Cadinho. O que é liberdade pra você não necessariamente para mim, mas no fundo no fundo é sempre um sentimento de paz e de ir e vir sem medo.

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  16. Oiee ^^
    Sempre vejo casos como o que você citou no texto, e algumas vezes algumas pessoas se mexem para fazer alguma coisa, em outras, apenas olham ou fingem não estar vendo. Adorei o seu texto :)
    MilkMilks
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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